Quando a sustentabilidade é o tema em voga, a questão do canudo plástico surge onipresente como exemplo da contaminação das fontes de água doce e salgada. Nesse sentido, é essencial saber os reais impactos ambientais de sua produção e descarte.

 

Os canudos de plástico são feitos de polipropileno e poliestireno, materiais que podem levar até mil anos para se decompor por completo. Representando cerca de 4% de todo o lixo plástico, seu acúmulo em fontes de água prejudicam a fauna local.

 

Os acontecimentos que ergueram o canudo de plástico ao status de preocupação mundial foram os resgates de espécies marítimas em extinção, com vias nasais ou orais obstruídas por esse material, que pode ser confundido com alimento. As maiores questões são:

 

  • Qual o impacto dos canudos no volume de lixo;
  • O poder de contaminação dos canudos de plástico;
  • Fator poluente dos canudos em relação ao plástico;
  • Alternativas eficazes e não-poluentes.

 

Cerca de 500 milhões de canudos plásticos são usados e descartados diariamente, em uma perspectiva onde 79% do plástico é jogado no meio ambiente ou acumulado em aterros sanitários, enquanto 12% é incinerado e apenas 9% passa pela reciclagem.

 

Por isso, para desvendar todos os efeitos dos canudos plásticos para a natureza, é necessário analisar toda a cadeia de produção desse produto, incluindo as formas de extração e tratamento de sua matéria-prima, bem como seu estudo hidrogeológico.

Tudo começa com o petróleo

A produção de plástico e sua presença na produção industrial é um dos principais problemas no que tange à degradação da natureza. Produzidos pelo tratamento químico do óleo mineral extraído do petróleo, a cadeia de produção do plástico gera danos distintos.

 

A extração de petróleo está associada a acidentes em larga escala, ao aumento na liberação de carbono para a atmosfera, aos problemas relacionados à erosão e acúmulo de sedimentos, à contaminação do solo e questões ligadas à segurança do trabalho.

 

Considerando que grande parte dos plásticos que não são biodegradáveis são subprodutos do petróleo, os problemas ambientais se iniciam desde a aquisição da matéria-prima. O processo de transformação do petróleo passa pela nafta e parafina.

 

A nafta é o principal componente na criação do plástico não-biodegradável. O material é levado a indústrias de tratamento que submetem o material a uma série de processos químicos, a fim de extrair os polímeros que se tornarão plástico.

 

Já a parafina é um composto presente em muitas mercadorias industriais, como grande parte dos itens de cosmética, sabonetes, cremes, óleos e gel, alcançando produtos de limpeza, químicos para conservação de materiais e telas de proteção para gatos.

 

O polipropileno, um dos resultados desse procedimento, é um polímero que reage ao calor, permitindo a moldagem do plástico no formato desejado pela indústria. O poliestireno, outro derivado da nafta, é uma resina que gera um plástico mais firme, semelhante ao vidro.

 

Os canudos feitos de polipropileno se desmancham em pequenas partículas quando estão em contato com a água, mas sua forma não se desfaz por completo, gerando problemas de ordem física e química nos espaços marítimos.

 

Ao contrário de um guarda corpo alumínio, o plástico é um material que é descartado com maior frequência, gerando produtos com um ciclo de uso mais curto e, por isso, com maior potencial poluidor.

Um planeta de plástico

Os dados mais recentes indicam um volume total de 8,3 bilhões de plásticos produzidos pela indústria, excluindo as versões biodegradáveis, que não são derivadas do petróleo e se decompõem no meio ambiente com maior facilidade.

 

No cenário marítimo, grandes volumes de plástico são aprisionados em redemoinhos oceânicos gerados pela correnteza, localizados no Pacífico Norte e Sul, Atlântico Norte e Sul e no Oceano Índico, arrastando resíduos para o mar aberto.

 

Da quantidade de plástico gerada e descartada, cerca de 10 milhões de toneladas acabam em fontes de água salgada. Analisando em termos de unidade ao invés de peso, 8 bilhões de canudos de plástico vão para os oceanos todos os anos.

 

Os números impressionantes atraíram a atenção de empresas e seus respectivos consumidores, que pressionaram por soluções mais compatíveis com os cuidados ao meio ambiente. Os canudos plásticos representam efeitos como:

1 – Contaminação química nos oceanos

A reação química entre os canudos de plástico e a água repleta de minerais gera a liberação de substâncias que contaminam os oceanos, reduzindo as perspectivas de vida de dezenas de espécies marinhas, incluindo algumas em risco de extinção.

 

As espécies costeiras são as que mais sofrem, devido à sua localização próxima aos locais mais poluentes, um fenômeno estudado em ultrassom veterinário portátil. Répteis de água salgada, que deixam seus ovos no solo, lidam com a contaminação em dois níveis.

 

Para as fontes de água doce, porém, o resultado é ainda mais assustador. A contaminação química de reservatórios se revela nas casas dos indivíduos, que consomem componentes associados ao desenvolvimento de câncer, a partir da exposição prolongada.

 

Os resultados para a saúde de humanos e animais se refletem nos índices de problemas hormonais, imunidade e redução do tempo de vida em determinadas espécies. A substância Bisfenol, presente no plástico, está relacionada a doenças cardiovasculares e diabetes.

 

As pesquisas mais presentes indicam que a substância pode ser encontrada no organismo de 90% da população e influenciar até mesmo a saúde mental dos humanos, unindo-se a um dos vários fatores que justificam a maior incidência de transtornos de humor.

2 – Degradação por resíduos sólidos

A degradação por resíduos sólidos se manifesta em problemas físicos, para além daqueles que são biológicos. O acúmulo de canudos no mar esteve entre as causas da destruição de recifes de corais raros e a morte de dezenas de animais, afetando toda a cadeia alimentar.

 

Esse cenário de destruição de estruturas físicas naturais prejudica não apenas as espécies diretamente agredidas, mas também qualquer outra que estabelece uma relação de protocooperação com os animais dizimados.

 

Os recifes de corais, por exemplo, atuam como viveiros para centenas de espécies de peixes no oceano, utilizados para a guarda dos ovos e desenvolvimento da primeira fase da vida dos filhotes nascidos, estampados em bolsa ecobag personalizada em campanhas.

 

Para as espécies que vivem na costa em torno, incluindo os humanos, os recifes de corais influenciam na frequência de tempestades e inundações causadas pela maré alta. Além disso, cerca de ¼ das espécies marinhas vivem diretamente nessas estruturas.

3 – Distúrbios no ciclo de decomposição

Um ciclo de decomposição saudável vai até 3 anos, correspondente ao tempo de degradação de matéria morta e determinados compostos usados no mercado, como derivados de barro e determinados tipos de papel.

 

O plástico apresenta um ciclo de decomposição muito longo, prejudicando a sedimentação de outros tipos de matéria diluída, um processo que garante a formação de rochas e a estabilização do solo de encostas e morros, analisados por uma empresa de arquitetura.

 

Para as cidades, os resultados dos distúrbios que o acúmulo indevido de plástico, muitos deles sob a forma dos canudos, se manifestam na erosão do solo, na dificuldade do escoamento de água entre muitos outros fenômenos geológicos.

 

Inundações e deslizamentos de terra são problemas naturais, mas que podem se intensificar com o acúmulo indevido de materiais que levam muito tempo para se decompor, além de impulsionar a criação de aterros sanitários.

O que pode ser feito?

Conhecendo os efeitos da produção e descarte de canudos de plástico, instituições e empresas buscam alternativas ao produto, de maneira a conscientizar a população quanto aos materiais que consome e manter o conforto e usabilidade ligados ao canudo.

Canudos de papel

Os canudos de papel são uma das alternativas mais famosas aos canudos de plástico, uma vez que sua produção é de baixo custo e o tempo de decomposição do material vai até três meses. Outro elemento positivo do papel é sua estilização similar à confecção de roupas.

 

Ou seja, ela ocorre a partir de opções mais vastas de estampa e são um dos atrativos que as empresas aplicam para adaptar o consumidor à mudança. A substituição pelos canudos de papel foi aderida por grandes conglomerados do setor alimentício.

Canudo reutilizável

Os canudos reutilizáveis são feitos de alumínio ou aço inox, podendo ser adquiridos separadamente pelo próprio indivíduo e levados a qualquer lugar. Além de reduzir a produção de lixo, os canudos reutilizáveis promovem maior controle sanitário.

 

Além do compartilhamento de peças descartáveis, os canudos de metal podem ser limpos e desinfetados com facilidade, reduzindo o risco de contágio de doenças. Para as empresas, representa uma nova decoração de ambiente e nicho de mercado.

 

Com valores que cabem no bolso do consumidor, eles são acessíveis para qualquer pessoa, aumentam a autonomia do cliente e reduzem não apenas o descarte de canudos, como também de resíduos anexos a ele, como o plástico de embalagens.

 

Conclusão

Os canudos de plástico são um dos dez principais agentes contaminadores das águas e do solo, um problema que cresceu nos últimos anos com o avanço das empresas do setor alimentício e de entretenimento, motivando a busca por soluções alternativas.

 

A infraestrutura industrial já possui as ferramentas necessárias para reduzir a produção de plástico que não é biodegradável em muitos setores, e a produção de canudos é uma das principais.

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.